Ash Ra Tempel ( viagem ao lado mais obscuro da mente )

Ash Ra Tempel - Ash Ra Tempel (1971)


O que esses três malucões germânicos fizeram nesse ´´debut album´´ não é brincadeira....obra de arte!!! Esta banda obscura ,de um estilo também deveras obscuro (krautrock) , foi formada logo após que o ainda muito jovem baixista Hartmut Enke , viajou até Londres para comprar equipamentos usados pelo Pink Floyd ( que nessa época estava em sua fase bad trip, Ummagumma ).
Logo depois o junkie chamou o Manuel Göttshing (guitarrista/líder/efeitos/mil e uma utilidades) e o Klaus Schulze para dar início ao que posso chamar de autêntica odisséia musical esquizofrênica....tudo baseado em viagens de ácido dos integrantes...o que se ouve é um fantástico disco onde o que mais marca é a espontanieade, crueza , e lisergia contida nessas únicas duas suítes.
Na primeira (Amboss ) onde a doidera rola solta com climas ´´catacômbicos´´ alternando solos ferozes que ficam aumentando e diminuindo de volume,quebradeiras rítmicas , bateria tribal , primitiva e loucona.... com um clima de suspense no ar. Na segunda música (Traummaschine ) , a viagem é quase transcedental , quase uma regressão aos tempos remotos da humanidade (talvez pela capa , sempre me remetendo ao Antigo Egito e seus mistérios )...basicamente uma musica ideal para se ouvir deitado no quarto escuro com fones de ouvido prestando atenção em todas as nuances.
Se é possível comparar essa obra de arte com alguma outra...diria que lembra bastante o Pink Floyd na sua fase de transição entre o psicodélico/experimental e o progressivo....algo como a música convusliva e envolvente Careful with the Axe Eugene,a beleza espacial de Echoes ou os surtos de Saurceful of Secrets....
Para quem quer entrar de cabeça no krautrock e experimentalismo , este disco é essencial e único na carreira da banda,tanto é que é considerada o marco inicial do estilo krautrock (pena que é curto e fica aquela vontade de quero mais)...que depois dessa estréia só chegou perto o terceiro Seven Up de 1975 com o poeta da contra-cultura Timothy Leary...o resto virou uma viagem mais ´´new age ´´ do guitarrista Klaus Schulze.

Boa viagem e cuidado pra não ficar sequelado!!







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